29 de abr. de 2009

Vic Viper à venda!


Calma, calma, é só mais um modelo, lindo por sinal, e maior que estas miniaturas "genéricas" que costumam aparecer nos leilões virtuais da vida. Diz o texto (ao menos o que o Google Translator permitiu ler) que o modelo se baseia na nave do Gradius II. Sei não, hein? Me parece mais a última Vic Viper mostrada em Gradius V, toda modernosa. Na versão de MSX também não é, pois a nave deste jogo é a Metalion (da esquerda) que é linda também, mas não tem nada à ver com esta Vic Viper (da direita).

A belezinha aí custa 4500 ienes, o que dá hoje cerca de R$102,00. Nada mal, se não houvessem ainda por cima os impostos (cerca de 60%), taxa de envio (Japão é longe) e graninha do atravessador. Por aqui, qualquer R$500,00 compra, afinal, é raridade. Como se isso fosse justificativa para aumentar sem critério algum o preço de tudo. Tem uma outra verde, feiosa, que eu nunca vi em jogo nenhum e que é ainda mais cara. O site da loja é bem legal, mas todo em japonês.

Por falar em Gradius 2, esse jogo teve várias versões boas. Na de Famicom, em especial, o cartucho vinha com um chip de som extra. A de PC Engine, além de ter um som maravilhoso, é muito fiel ao arcade e tem uma abertura fantástica. A versão de X68000 então, dispensa comentários. Isso porque nem falei do Nemesis 90, que é uma versão do Gradius 2 de MSX para o micrão da Sharp.

Se formos considerar a diferença gritante entre um hardware e outro, chegamos à simples conclusão de que a vida dos programadores de hoje é muito mais fácil que há alguns anos. Afinal, não era como portar algo do X360 para o PS3, os caras praticamente escrever o game do zero. E ainda tem gente que reclama de programar para PS3!

Incrível como surge assunto cada vez que eu escrevo a palavra "Gradius". E olha que era para ser um post curto. Quem sabe Gradius 2 (e todos os spinoffs) não aparecem por aqui em breve...

24 de abr. de 2009

Lords of Thunder - Hudson Soft (1993) PC Engine / Sega CD / Wii Virtual Console

Já que eu estou atrasado há um século nas postagens, vamos falar de jogos bons de verdade!


Nos idos de 1993, um primo meu que sempre viajava para o exterior apareceu com uma revista importada onde tinha um anúncio de capa inteira. Era um cara de armadura azul, desenhado pelo Masamune Shirou, o mesmo de Ghost in the Shell, onde havia a frase "Salvation for those Who Praise the Lords", a ilustração (não era exatamente essa, mas era algo do tipo), e depois as telas malignamente pequenas do jogo, cujo nome era Lords of Thunder. Para os padrões da época era uma coisa magnífica. Para um fã de shmups, como eu (que já identifiquei no ato o que era o jogo), era algo mais que magnífico. Porém, este mesmo fã era um pobre adolescente brasileiro que sequer tinha visto um PC Engine na frente, o que fez com que a experiência fosse muito, mas muito desesperadora.


Aqui cabe um adendo: Ok, o PC Engine (apelidado carinhosamente por muitos de "PCE") não é lá a melhor máquina do mundo em termos de hardware. Perdia feio para os concorrentes da época, como Super Nintendo, em vários pontos. Do Neo Geo, então, nem se fala. Mas ele tinha, sem dúvida, a melhor coleção de shmups da época, talvez empatando apenas com o Mega Drive, o que, na minha concepção, o fazia o melhor console do momento (1992-1995), sendo destronado apenas pelo PSX e Saturn, que só pegaram direito no mercado alguns bons anos depois. Aliás, que raiva que não haviam PCEs aqui no Brasil. Eu mesmo, só fui jogar esse videogame nos idos de 1998-1999, quando comprei um.


Enfim, o ano era 1999. Juntei um dinheiro e comprei meu PC Engine. E, claro, o primeiro jogo que eu queria jogar era aquele da capa da revista do meu primo, o shmup esquisito e super hypeado na época, chamado Lords of Thunder (logo depois joguei Dracula X, que também é fantástico, mas a prioridade sempre é os shmups, claro).


O pessoal pegando carona nas costas de uma tartaruga gigante.


Hm... apenas uma correção. Comecei jogando no Sega CD!


Como eu já estava passando mal por causa de Lords of Thunder, saí caçando toda informação sobre o jogo e descobri que existe uma versão para Sega CD, que é até bem legal. Digamos que ela seja 90% da versão do PC Engine, com um nível de dificuldade mais amigável, inimigos mais bobões, cores mais xoxas e som bem mais claro. A versão de PCE é mais bonita, mais difícil mas o som ficou meio abafado. Além do que, eu sempre tive certas ressalvas quanto ao control pad do PCE, que é uma versão quase arredondada, que tenta ser quase ergonômica do joypad do NES, só que com um fiozinho mixuruca de uns 20cm. Ok, 20cm é exagero. Tem uns 25cm. Sério, o fio é ridículo de curto! E convenhamos que o joypad do Mega Drive era bem confortável. Mas, enfim, quem disse que o assunto é ergonomia? Vamos ao jogo.


Lords of Thunder tem características que fazem forte analogia à jogos da toda-poderosa Capcom como Megaman e Strider. Isso é fato. As décadas de 80 e 90 foram o grande celeiro de títulos de várias softhouses e a Capcom foi uma delas, e este jogo bebeu muito desta fonte. Criado de uma parceria entre a Hudson, do Bomberman (que também é criadora do PC Engine) e a Red Entertainment (que fez mais algumas coisas aqui e alí, mas nada digno de citação), o jogo é um side-scrolling que conta com quatro tipos de "armaduras" para o personagem e um ataque de proximidade (que lembra muito o ataque do Strider). Quando você chega perto de um inimigo, o personagem não atira, ele simplesmente saca a espada e o ataca, causando mais dano.


Assim como o já citado Megaman, é possível escolher a ordem dos estágios e a "arma" que se vai usar, ou seja, a chave para apanhar menos no jogo é escolher a armadura certa para cada fase. São elas:


Vale até jogar o dragão do Gradius II no inimigo.


Fogo: Tiro potente à frente, me parece mais útil no nível intermediário que em força total. A bomba é um dragão que persegue os inimigos na tela.


Terra: Pior tiro do jogo, sai forte em diagonal, ideal para áreas com muitos inimigos no chão e no teto. A bomba provoca explosões pela tela toda.


Água: Tiros em linha reta, em ângulo e para trás. A bomba cria um círculo em torno do personagem.


Vento: Tiros perfurantes em linha reta (relâmpagos). A bomba cria uma coluna de raios em cima do personagem.


As quatro armaduras, em um scroll quase bom para a época. Só quase.


Uma outra referência que comprova o quanto a parceria Hudson / Red estava de olho nos acertos da Capcom é a presença da loja, que surgiu em Black Tiger, que foi um dos grandes sucessos de arcade da época (e que, na minha opinião, é um dos melhores jogos já feitos até hoje). Se eu quisesse estrapolar, poderia dizer que muitos sprites lembram o grafismo de Ghouls'N'Ghosts e Magic Sword, mas aí já seria praticamente um post para falar dos jogos da Capcom. :)


Em quantas "humble shops" você já entrou enquanto jogava videogame?


O jogo segue o ritmo normal dos shmups horizontais, cheio de armadilhas, cenários que interagem, chefões enormes e heavy metal do começo ao fim. Além das muitas (e muitas!) influências de outros games, Lords of Thunder consegue ser original na medida certa, divertir, gerar um grau respeitável de desafio e, acima de tudo, mostrar que é possível inovar mesmo quando os gêneros FMV e fighting game já estouravam no mercado e roubavam a atenção da grande massa. Não seria essa uma lição à se seguir? Será que não existem mais fãs de shmups hoje em dia também? O próprio mercado deu a resposta e eis que sai Lords of Thunder (fora tantos outros shooters) nas lojas de downloads dos consoles atuais. Eu só espero, mesmo, que um dia acabem os jogos à ser relançados e que comecem a ser lançados shmups novos...


Score de Lords of Thunder:


Gráficos: 9.5


O jogo é o que eu considero o "limite técnico" do Mega Drive e do PCE para um shmup. Sprites grandes, coloridos, animados, com cenários bonitos e efeitos bons. Existe alguma coisa feia aqui e alí, claro, mas o jogo compensa em outros pontos. Não vou tirar nota dele por conta disso.


Todo mundo ama chefões enormes! Esse, por sinal, é fácil.


Som: 10


Se essa trilha sonora não tira 10, eu não sei qual tira. Sem comentários, apenas ouça.


Desafio: 8.5


A versão de Mega Drive é sensivelmente mais fácil, não sei se por causa do controle ou se foi "calibara" para um público menos hardcore que os viciados em shmup que possuem PC Engine. Destaque para a fase do gelo e do fogo e para as muitas armadilhas que aparecem do nada o tempo todo. Os chefões variam um pouco, alguns são mais fáceis, outros mais difíceis. O último é beeeem chato, como se podia esperar.


Diversão: 10


Este jogo foi jogado por mim durante anos e anos e continua novo. O replayability value dele é alto. Ele é viciante e deveria estar em qualquer coleção. Sim, ele é um must-have, sem dúvida alguma. Ainda tem um discreto background, que é narrado (sim, maravilhas do tempo do CD-ROM!) com direito a filminho manga-like e tudo mais.


Overall: 10


Nem fiz a conta da média. O jogo é nota 10 mesmo. Jogue sem medo de ser feliz.


Pontos Interessantes:


- O nome da versão japonesa é Winds of Thunder. Convenhamos, Lords of Thunder é muito mais legal.


- Durante o jogo, o personagem coleta cristais. Cristais vermelhos enchem a barra de vitalidade e cristais azuis são "dinheiro". Assim como em Black Tiger, é possível comprar armadura à mais, armas novas e bombas extra.


- O personagem "anda" se encostar no chão. Sim, é inútil, mas ficou bacana.


- A espada da armadura da terra parece significativamente mais forte que as demais.


- Teoricamente, o jogo é a continuação espiritual de Gate of Thunder. Os dois jogos não tem muito em comum, à não ser que são ambos ótimos!

4 de abr. de 2009

"Saving Shooters" - Entrevista com Tez Okano

Entrevista longa com o pai de Gunstar Heroes, sobre o futuro dos shooters.

Meio velha, mas tá valendo. Fala também sobre Thunderforce VI vários outros grandes shooters que passaram pela era do "Mega Drive".