29 de ago. de 2008

1942 Joint Strike (Capcom/Backbone) - XBLA e PSN

Este vai ser um review longo! Praticamente um mini-documentário! Afinal, vou falar da sequência super aguardada de um dos meus jogos favoritos!

Quem não quiser ler a parte histórica do artigo e ir direto pro review, é só pular o texto em itálico.

Pra começar, um pouquinho de história:

Antes de Street Fighter e Resident Evil, de volta ao ano de 1984, a Capcom já despontava como uma das maiores empresas do ramo de videogames, tendo vários títulos lançados simultaneamente para Arcade e NES. Muito antes de Day of Defeat, Medal of Honor e Battlefield, os jogos baseados na Segunda Guerra mundial também já existiam. E a fusão inevitável entre a empresa e o tema, em pleno "boom" da segunda geração dos videogames, foi um shmup chamado 1942.

Aliás, diga-se de passagem, não vou tecer nenhum "comentário fanboy" aqui: Um joguinho danado de ruim! Gráficos medianos (já tinha coisa muito melhor), controles ruins, lerdo, repetitivo, tedioso, muito difícil, praticamente sem power-ups, sem trilha-sonora... mas que eu joguei muito!

Para salvação da humanidade vieram 1943: The Battle of Midway e 1943 Kai, sucessores diretos, em 1987 e 1988. Em 1943 colocaram música de fundo (ufa!) e implementaram uma barra de vida, assim como o famoso laser, que era uma arma temporária (no 1943 Kai não, além de se jogar com um biplano, era uma arma regular mesmo). O jogo ficou divertidíssimo e aí sim, ganhou a atenção do grande público.

Foi só com 1941: Counter Attack (que saiu em fevereiro de 1990), que o avião "Mosquito" apareceu, no modo 2 players. Este só saiu pra Arcade e PC Engine (e, posteriormente, em coletâneas pra Xbox, PS2 e PSP). Um jogo mais rápido, ágil, mas com o mesmo "feeling" do resto da série.

Mas foi em 1996 que surgiu 19XX: War Against Destiny, o próximo episódio da série e o mais parecido com 1942: Joint Strike. A Capcom decidiu abandonar a timeline "real" da série (por isso o XX) e adotar uma linha de tempo alternativa, onde uma certa guerra ocorre em um certo lugar, com elementos conhecidos da série, mas já sem nenhum compromisso com a realidade. É a 2a Guerra Mundial, mas não é a nossa, nem o mundo é o nosso. Os três aviões já estavam presentes (Mosquito, Shinden e Lightning), cada um com sua arma especial, os mísseis teleguiados e imenso e incompreensivelmente bizarro arsenal inimigo.

Houve ainda mais um episídio: 1944: The Loop Master, este cheio de peculiariedades. Foi o único a não ser produzido pela Capcom (quem fez foi a 8ing/Raizing e a Capcom só publicou), de volta sem seleção de aviões (Lightning para o 1P e Zero para o 2P), menos armas especiais e mais options, uma produção soberba de gráficos e música e nenhuma versão para consoles domésticos! É praticamente um pedido: -"Emule este jogo".

Há também a série Strikers 1945, que sem dúvida alguma pegou carona nos títulos da Capcom entre 1995 (aproveitando a falta de jogos do tipo) e 2003. É uma série muito inspirada em 194X, porém, com uma jogabilidade diferente e lançada pela Psikyo, que de burra não tem nada. Foi só a Capcom "esquecer" dos 194X que eles entraram de sola. Mas não, não são a mesma série. Veja mais sobre todos os jogos aqui.

Mas, enfim, sobre o novo jogo 1942 Joint Strike:

A grande verdade é que ele tem muito pouco ou nada à ver com o 1942 original. Não, você não vai mais passar horas voando sob um mar azul, matando aviõezinhos verdes e ouvindo um apito irritante de fundo. O jogo só aproveitou a força do nome do antigo jogo e fez uma versão totalmente revitalizada, com jogabilidade muito mais parecida com a do 19XX (três aviões, mísseis, super-tuchão que carrega e inimigos enormes e exagerados). Assim como 19XX, o jogo não conta com fidelidade histórica nenhuma: Existem aviões monstruosos, tanques gigantescos, navios transformáveis, instalações militares inconcebíveis e, claro, um monte de tecnologia que nunca saiu do papel. Os produtores deixam bem claro que trata-se do ano de "1942" de algum lugar, mas não da Terra.

Todas as armas tem tês, níveis. Achei que iam manter o esquema de armas do 19XX, onde todas as armas (machinegun, spread gun e laser) tinham um quarto nível, dependendo do avião selecionado, que era muito bom, mas infelizmente foi removido. Os aviões também são especializados para determinados tipos de jogadores. O Lightning (avião original da série) é o balanceado, o Mosquito é o com mais poder-de-fogo e menos agilidade e o Shinden (feio de doer, parece um avião que voa ao contrário) é o ágil mas sem poder-de-fogo. Consegui jogar sem muito trabalho com o Lightning, o Mosquito é, sem dúvida o melhor, mas o Shinden é inútil. Dica: Use o Mosquito. Afinal, você quer seus inimigos mortos, não quer? Deixe os outros para um dia de tédio, especialmente o Shinden, que talvez só os fãs hardcores usem.

Além das armas convencionais, existe o tradicional super-tuchão (carregando o botão de tiro), que aqui poderia ser chamado de mini-tuchão, pois não é lá grandes coisas. As bombas são mais abundantes que nos demais jogos da série e os mísseis roubam a cena. Quem dominar o uso dos mísseis, domina o jogo. Isso é fato. Ganha-se mais mísseis derrubando inimigos e uma ou duas saraivadas costumam derrubar qualquer miniboss do jogo. O duro é que os misseis são meio "vesgos" e às vezes vão para lado algum, atingindo o nada. O sistema de mira automática deles é tão preciso quanto o de "autopilot" da série Wipeout, ou seja, não conte muito com ele. Existem ainda os "Joint Strikes", que são ataques especiais que só são executados no modo 2 players. São bem legais, mas mais atrapalham que ajudam às vezes.

O jogo não conta com muitas inovações fora isso. Afinal, quem se importa? A idéia era fazer um shmup com scroll vertical bem no estilo oldschool, e isso fizeram bem direitinho. Aliás, a Capcom está mostrando muito bem que se preocupa com as franquias antigas, pois o trabalho feito com Commando 3, Bionic Comando Rearmed e 1942 Joint Strike foi fenomenal.

Mas enfim, vamos aos números:

Gráficos: 8.5

O jogo mostra gráficos excelentes, efeitos de fragmentação de matéria, fumaça, água, luz, tudo. Porém, isso tudo causa um certo estranhamento, assim como Raiden 3 causou ao utilizar tecnologia 3D em um shmup. Ficou bem bonito, mas ao mesmo tempo, dá um certo ar de esquisito. É limpo demais, os tons de sépia e a programação visual segue toda a temática da época, porém, parece que ficou faltando alguma coisa. Quem sabe umas explosões exageradas, armas ainda maiores ou uns cenários mais exóticos? Mas, merecidamente, 1942 Joint Strike leva um 8.5. Não é um Ikaruga, mas tá bem bonito.

Som: 8.5

Assim como a produção gráfica, o som do jogo é todo temático. Não tem baladinha de rock'n'roll, nem de metal, nem eletrônica de fundo... tocam de fundo arranjos de marchinhas militares! Ficou muito bom! O problema é que algumas dessas marchinhas são meio repetitivas e outras meio lentinhas, que não acompanham o ritmo alucinado do jogo. Não que o jogo seja muito rápido (não é um Gigawing ou um Mars Matrix), mas algumas músicas parecem demais com aquelas midis de Soundblaster 16 do começo da década de 90. Ficou bom, mas podiam ser melhor arranjdas.

Desafio: 7.5

Existem jogos mais difíceis que 1942 Joint Strike, porém, ele não é lá muito amistoso. Com apenas cinco fases (e um bonus stage maluco no fim da primeira, onde o sentido da tela é invertido), é relativamente fácil decorar onde ficam os inimigos e de onde vem as waves de aviões. Fica uma impressão de que as suas armas são sempre fracas demais ou que a sua arma, que já está em nível máximo, ainda pode ficar mais forte (e não fica). Isso faz com que os inimigos um pouquinho maiores que os normais precisem de muitos tiros para morrer e, se você não estiver usando o laser, isso dá uma dor razoável na mão. Nos chefes, então, nem se fala...

Diversão: 9.0

O jogo é divertido. Jogar no modo 2 players é o melhor, ainda que o solo mission seja perfeito para quem já joga shmups há algum tempo. Você vai ficar assoviando a música de fundo, vai querer acabar com os três aviões (até com a porcaria do Shinden, que não mata nem mosca) e vai querer aumentar a dificuldade, chamar um amigo, e jogar online em modo cooperativo. Há um replayability factor natural em jogos curtos com fases longas e 1942 Joint Strike acrescenta ainda o modo 2 players, ou seja, é uma excelente aquisição até para quem não é fã de shmups (pois ele não é dos mais difíceis).

Overall: 8.5

Veredito final: Baixe! Baixe agora! Baixe agora e evite o Shinden!

25 de ago. de 2008

Shmups, um gênero mais vivo que nunca

Esse foi um mês e tanto.

Para PSN / XBLA, tiveram tantos lançamentos de shmups que motivos para comemorar não faltam.

Saíram:

1942 Joint Strike (próximo post aqui, já iniciado!) (XBLA e PSN)
Geometry Wars 2 (XBLA)
Galaga Legions (XBLA)

(Isso sem contar Bionic Commando Rearmed, que não é um shmup, mas é sensacional!)

Fora que foi confirmado Raiden IV (para PS3 e X360), e, infelizmente, Raiden Fighters Jet é apenas para os felizes donos de um X360 japonês. Não roda nos consoles ocidentais de jeito nenhum.

Mas pelo menos há shmups sendo lançados! Coisa que seria inimaginável há uns 10 anos! Quem diria que esse gênero, dado por "morto" tantas vezes, estaria em tão boa forma em pleno 2008?

6 de ago. de 2008

Gradius Medieval

Estes dias estava me perguntando a quantas andaria o desenvolvimento do próximo Gradius. Sim, afinal, o anterior (Gradius V) é de 2004... bem que podia já ter outro mais ou menos "no forno". Infelizmente, só achei um monte de notícias falando do cancelamento/engavetamento dele... e claro, a fantástica versão medieval Smite the core!

Gradius V, que foi lançado para PS2, era um jogo de pouco mais de 250 Mb em uma época em que até os DVDs dual layer e seus 9Gb de armazenamento foram pouco explorados. Eu, particularmente, duvido que o próximo Gradius (se vier a ser produzido, e eu espero muito que seja!) seja um jogo em meio físico. Vai ser mais um jogo pay-per-download, à menos que a Konami tire algum truque do chapéu ou invente algo novo.

Hm... pensando bem, não sei do que eu tenho mais medo. De eles não lançarem o jogo ou de inovarem demais e a premissa se estragar, como em Castlevania, que virou um fighting game. Tomara que Gradius continue nas mãos da Treasure, que acertou da última vez.

Porém, as perspectivas são otimistas. Com a Live Arcade e a PSN, uma nova demanda por jogos oldschool deu nova vida aos clássicos e remakes. Quem sabe até 2010 não vemos o Episódio VI rodando o mercado?