24 de set. de 2008

R-Type Leo (Irem, 1992) Arcade

Vamos contar: R-Type 1, R-Type 2, R-Type 3, R-Type Delta, R-Type Final. Certo ?

Não, errado!
Entre os episódios 2 e 3 do que é uma das melhores e mais populares franquias de shooters de todos os tempos, foi lançado um jogo chamado R-Type Leo, que ninguém conhece, ninguém viu... e que, sinceramente, não faz diferença alguma na ordem das coisas como elas são.

O que é R-Type Leo, então?

Basicamente, é uma tentativa frustrada da Irem, grande nome dos videogames, de pegar carona no maior título deles, e, sem cuidado algum, sem capricho nenhum, sem um mínimo de preocupação com os entusiastas da série, tentar arrancar os últimos centavos dos consumidores. Sim, R-Type Leo é um chute no saco, principalmente para quem está esperando algo tão bom quanto todos os outros episódios da série. A Irem "nivelou por baixo" desnecessariamente, apostando tudo nos gráficos e no "casual gaming". O jogo é fácil, bobo, intuitivo e não acrescenta em nada, nem sequer chega perto dos anteriores.

Mas qual é o problema com R-Type Leo? Não é mais um shmup bacana?

Veja bem: O nome "R-Type" é sinônimo de jogo bom. Os jogos da série, todos, sem exceção, são jogos pelo menos "ótimos". O clima de R-Type é muito bom, essa coisa que mistura sci-fi com terror, com tiroteios insanos, inimigos enormes, fases cheias de surpresas, cada qual com uma "mecânica" própria e lotadas de inimigos que estão sempre fazendo o que você não quer que eles façam. Cada fase de R-Type requer uma estratégia própria, que é totalmente diferente das anteriores. Não é como voar por um cenário diferente e simplesmente sair matando tudo, como nas fases anteriores, de novo e de novo, à exaustão. Você tem que pensar um pouco e entender quais são os pontos-chave de cada estágio, não cair nas armadilhas que existem lá, e, principalmente, se virar para adivinhar como matar o bigboss. Não é simplesmente uma busca para conseguir o tiro mais forte, achar o ponto fraco e matar.


Lá vai nosso herói, mais uma vez, salvar o universo das minhocas transdimensionais que moram em carcaças de cargueiros espaciais abandonados.

E, no entanto, é isso que R-Type Leo faz! Isso tudo que foi descrito no parágrafo acima NÃO está presente lá! É simplesmente um jogo onde se atira nos inimigos e que passa "voando" diante dos seus olhos, sem um grande desafio - E, principalmente, sem lembrar em nada os títulos anteriores. Como diria o Bruno, não passa de um sub-jogo, que por uma jogada de marketing, levou o nome de uma excelente franquia para garantir as vendas.

E tem mais: R-Type Leo não possui o famoso Force, marca registrada da série, que é um option que pode se prender na frente ou atrás da nave, ou deixado livre, como artilharia de suporte. Como assim, um R-Type sem Force? É como fazer bolo de chocolate sabor morango! No lugar, colocaram dois options esquisitos, que podem ser lançados nos inimigos e que ficam inutilizados por alguns segundos.

Como definir R-Type Leo em poucas palavras?

Se você não gosta de R-Type, é um shooter razoável. Se você gosta, vai se decepcionar.

Vamos aos números:

Gráficos: 9

Verdade seja dita: O jogo é bem bonito. Os gráficos estão polidos e brilhantes, sem defeitos, sem coisas grosseiras e mal-feitas. Estão um pouco "chapados" demais, podiam ter mais volume. Alguns inimigos, principalmente os bigbosses, que costumavam ser espetaculares, mostraram-se infinitamente sem-graça. Os designers originais não deram o ar da graça e, pelo jeito, a equipe de estagiários fez todo o trabalho de criação. Ficou aquela coisa bonita, porém, sem a menor criatividade.

Exemplo: O jogo é lindo, mas quantas e quantas vezes você já destruiu um bigboss igual a esse?

Som: 6

Musiquinhas razoávels que lembram as originais de R-Type, algumas melhores, outras piores, mas nada que vá mudar sua vida. No geral, o som não faz feio, mas também não acrescenta em nada.

Desafio: 5

Se você está acostumado com a série R-Type, cujos jogos são praticamente um parto para terminar, vai rir da cara de Leo. O jogo consiste praticamente em voar e atirar, voar e atirar, e só isso.

Diversão: 5

Existem jogos mais divertidos, assim como existem jogos bem piores. Digamos que R-Type Leo é perfeito para te salvar da programação da TV em um domingo chuvoso, mas só isso.

Inovação: Lembre-se! Inovar é criar um monstro cujo ponto fraco são os testículos!

Overall: 6

Sim, eu estou dando uma nota baixa para um R-Type, mas é merecida. Como os donos de Wii adoram dizer como único argumento em defesa de seu amado sub-console de jogos: Beleza não é tudo. O jogo é bem bonito, dá para jogar com 2 jogadores e foi absurdamente simplificado para se tornar popular, mas perdeu totalmente o espírito da coisa. Se você quiser apenas dar uns tiros a esmo, é perfeito, mas como R-Type é uma lástima.

Pontos interessantes:

- Foi o último Arcade da Irem, antes de ela entrar de cabeça no mundo dos pachinkos.
- Se passa antes de R-Type 1, em uma época onde a tecnologia do "Force" não havia sido descoberta. Tanto que o inimigo não é o Império Bydo, como de costume.
- É o R-Type mais fácil de todos, sem dúvida alguma.
- Saiu apenas no Japão (sorte do mundo ocidental!).
- É o único R-Type que permite dois jogadores simultâneos (será que foram na cola de Salamander???)
- Existe um jogo chamado R-Type Tatics (ou Command), que NÃO É um shmup!

Dados Técnicos:
Display: Raster
Resolução: 320 x 240
Cores: 1024
CPU: V33 @ 20 Mhz
Plataforma de Hardware: Irem M92

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