Porém, já no fim da vida do NES, em 1992, a Naxat Software lançou Recca Summer Carnival - um shmup de competição extremamente bem feito em termos técnicos, absurdamente difícil e que, literalmente, coloca o hardware do NES para fazer o que ele não poderia fazer. Os programadores literalmente tiraram leite de pedra e colocaram (sabe-se lá como) uma porção de objetos simultaneamente na tela, em um framerate absurdo, chefões enormes e uma variedade de armas excelente.
Você nunca viu (e nem vai!) um NES colocar tantas coisas se mexendo ao mesmo tempo na tela de uma vez.
O jogo conta com todos aqueles modos de competição clássicos da época: Time Attack e Score Attack, típicos nos jogos de PC Engine da série Star Soldier, fantásticos por sinal. No modo Normal Game, o jogo conta com quatro fases. Aí você diz: - "Quatro fases! Porcaria de jogo fácil!". Ledo engano, meu caro. As fases são longas e penosas. Você vai se pegar em várias sequências do tipo morre-volta-morre-volta-morre e não há tantas vidas e continues assim, ou seja, treine. Treine muito. Não subestime o sadismo dos programadores de um shmup de competição.
Por falar nisso, o que mais assombra em Recca, sem dúvida, é a competência dos programadores. O que eles fizeram é praticamente impossível e há momentos em que você fica se perguntando se está jogando apenas um NES. Não tanto pela beleza dos gráficos (que são datados sim), mas pela velocidade do jogo e pela quantidade de coisas passeando pela tela ao mesmo tempo. A impressão que se tem é que os caras que fizeram esse jogo treinaram como fazer milagres em demos de NES, e só depois fizeram o jogo.
Enfim, Recca é um típico shmup turbinado de NES, que não tem cara de jogo dessa plataforma. Em termos de jogabilidade ele não provoca nenhuma surpresa, mas a aparência final é assombrosa.
Vamos aos números de Recca:
Gráficos: 10
As imagens, separadamente, não transmitem tudo que o jogo é. Servem apenas para dar uma idéia de como o jogo se parece, porém, ele é muito mais bonito quando jogado. Há fases onde nuvens inteiras de inimigos atravessam a tela. Na segunda fase, a tela toda "ondula". Todos os chefões são enormes. Enfim, é o tipo de coisa que ninguém esperava ver um coitado de um NES fazendo. Não dá para dar menos que 10. Alguém foi muito chicoteado para esse jogo sair assim.
Som: 6
Música boa, não chega a ser grudenta (como a dos jogos da Konami), mas não está ruim. Os efeitos sonoros são meio pobrezinhos, mas, enfim, quem se importa? A ação do jogo é tão frenética que ninguém presta atenção neles...
Desafio: 10
Recca é um shmup casca-grossa e ponto final. Não tem o que discutir. Jogue e comprove.
Diversão: 7
Embora os quatro estágios sejam longos e difíceis, parece que fica faltando alguma coisa em Recca. A jogabilidade é boa, há uma arma que vai carregando sozinha quando você não atira, e dominar o sistema alternado de tiro leva um certo tempo, mas a pouca variedade de estágios, cenários e utilizações do arsenal (todos são ofensivos, sem nenhum defensivo) faz com que o jogo torne-se meio cansativo, especialmente para quem ainda está começando a desvendá-lo. Recomendo uma boa dose de paciência e perseverança, e, claro, uma caixa de Lexotan (apenas em casos extremos). Se você gosta de desafios, pode considerar a nota aqui como 10. Se prefere shmups mais tranquilos, bem... vai jogar Twinbee! Recca é um jogo para provocar destruição em massa e juntar pontos, só isso. Mas ele faz muito bem o que se propõe!
Overall: 8.5
Arredondado para cima em honra dos programadores que fizeram o impossível com um hardware bem limitado.
Pontos interessantes:
- Recca possui uma arma que vai carregando e dispara um super-tuchão, como em Mars Matrix! Seria ele o antecessor direto? Há várias semelhanças entre os dois jogos, quanto a inimigos, fases e programação visual.
- Há uma forte influência de Aleste na produção do jogo. Diria até que chega a ser um tributo.
- É exclusivo para NES e não saiu para mais nenhuma plataforma.
Arredondado para cima em honra dos programadores que fizeram o impossível com um hardware bem limitado.
Pontos interessantes:
- Recca possui uma arma que vai carregando e dispara um super-tuchão, como em Mars Matrix! Seria ele o antecessor direto? Há várias semelhanças entre os dois jogos, quanto a inimigos, fases e programação visual.
- Há uma forte influência de Aleste na produção do jogo. Diria até que chega a ser um tributo.
- É exclusivo para NES e não saiu para mais nenhuma plataforma.
Um comentário:
Opa, para o Super NES tem 3 títulos de jogos de nave que são muito bons, e que você não citou no texto e não achei na lista do blog: Strike Gunner, Super SWIV (que foi lançado no mercado americano como "Firepower 2000") e o Space Megaforce (esse na versão japonesa é mais conhecido, era o Super Aleste). Deste, só o Space Megaforce não dá pra jogar em dupla simultânea, mas os três são os melhores jogos de nave com scroll vertical que existem para o SNES. Abraço!
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