A Amazônia não resistiu! Por causa das incessantes agressões causadas pelo homen, ela transformou-se em um deserto. Várias superpotências resolveram, então, invadir o descampado ao norte da América do Sul, comprando briga com nada mais, nada menos que o Brasil! Seguindo a tradição nipônica, mandamos apenas uma nave e eles que se cuidem! Afinal, se o avião foi invetado por um brasileiro, porque não a nave espacial que enfrenta esquadrilhas inteiras de inimigos? Estamos falando de Razor 2 - Hidden Skies, um shmup brasileiro, que, sem dúvida, vale a sua atenção.
A "rosquinha gigante assassina"! Mais um elemento clássico que nunca envelhece!
Antes de mais nada, devo elogiar a iniciativa da Invent4, empresa brasileira de games, que em tempos de Starcraft 2, Red Dead Revolver e Call of Duty, provou que não é demais se preocupar em lançar bons jogos, mesmo sem todo o aparato e a superprodução envolvida com os títulos citados. Ainda mais louvável, sem dúvida alguma, é a iniciativa de lançar um shmup! Isso contraria muitas das "lendas" atuais que percorrem o jornalismo de games (protagonizado quase que exclusivamente por incompetentes de 18 anos que só sabem traduzir e republicar matérias, ou montar textos usando retalhos estrangeiros encontrados pelo google). Tais "jornalistas" adoram descrever os shmups como um "gênero morto" ou "em plena decadência", o que não poderia ser mais longe da verdade. A prova disto são bons shmups que estão sendo lançados por empresas como Capcom, Konami, Cave, para iPhone, por empresas novas no mercado, por iniciantes, fora a enorme produção de shmups independentes, lançados por entusiastas e amadores, já que as empresas ainda tratam tal gênero como "atrasado" e "pouco inovador".
Pausa para desabafo pessoal: Na humilde opinião deste que vos escreve, inovação nem sempre é a solução. Quando se trata de jogos, diversão é primordial. Seja com fórmulas novas ou antigas. A missão do jogo é entreter, logo, dane-se quem só se preocupa em inovar.
Enfim, nem sei como começar a descrever o quão feliz eu fiquei ao saber que Razor 2 havia saído de fato. Não só por ser fã de shmups, nem só por ser brasileiro, nem, ainda, por isto contrariar tudo o que se lê por aí nas pífias "mídias especializadas". Mas por tudo isso, e pelo fato de que o jogo é, em muitos aspectos, uma grata surpresa.
Gráficos: 8.0
O visual de Razor 2 é fortemente influenciado por Ikaruga, o que não é, de forma alguma, um defeito, e a mecânica do jogo e o design das fases me lembrou outro clássico, ainda mais antigo (este, exclusivo para Super Nintendo): Axelay, principalmente na primeira fase. Se você tiver uma boa placa de vídeo, vai poder ligar todas as opções sem perder performance, o que é sensacional. As texturas, as sombras, o design de inimigos, tudo foi muito bem-feito e não deve nada aos shmups importados da atualidade. Tive a chance de jogar Razor 2 em uma tela realmente grande (27") e foi uma experiência e tanto! Daria um excelente Arcade, se fosse possível colocar em um shopping! Não gostei de alguns glitches apenas e do design meio minimalista de alguns inimigos, mas no geral, o game é muito bonito.
"Tunando" a nave. Só faltou os adesivos e os neons. :)
Som: 8.0
Eu estava esperando algo como uma batida eletrônica ou um hard-rock 80's (do tipo que tocaria de fundo em um filme como Top Gun ou Águia de Fogo), mas me surpreenderam de novo. A trilha do jogo é orquestrada! Ponto para a originalidade dos criadores. Foi algo que eu nunca havia visto e achei que combinou bem com a composição final. Há alguns momentos em que senti falta de algo menos "denso" que a música do jogo, outros em que achei ela meio parada demais, mas não há como negar que inovaram e acertaram.
Desafio: 6.0
Como veterano dos shmups, não achei Razor 2 difícil. Há uma estratégia em combinar armas e observar os inimigos, muitos dos quais são meio previsíveis. O laser que persegue foi o que eu mais gostei, apesar de notar que as outras armas também produzem efeitos interessantes na jogabilidade. Adorei juntar as moedas para comprar todas as armas e ver o que elas faziam. Os chefes podiam ser mais difíceis e as fases poderiam ter um design mais agressivo (o cenário atacar mais e não depender apenas dos inimigos). Enfim, não creio que um jogador casual que tenha um pouco de paciência não termine o jogo em poucas partidas. Mas, de forma alguma, é um desafio para os veteranos.
Diversão: 7.0
Joguei Razor 2 até o fim e, confesso, gostei de fazê-lo. Não achei o jogo perfeito, mas, estou levando em consideração que é o primeiro lançamento da Invent4. Muitos elementos tradicionais estão lá e fazem seu papel. Outros, no entanto, poderiam ser muito mais bem-explorados. Gostei da loja e da customização de armas, que só havia visto em Axelay e em outros poucos shmups como Xenon 2 e Sylpheed.
Mísseis constam no kit de sobrevivência básico de QUALQUER shmup.
Nota: 7.5
Gostei bastante de Razor 2. Porém, apesar do trabalho final ser muito competente, acho que Razor 2 poderia ser muito mais do que é. Como profissional de TI, entendo perfeitamente todas as dificuldades que existem ao finalizar um projeto deste, ainda mais aqui no Brasil. Acho que o fato que atrapalhou o meu julgamento é que eu me vi feliz demais e orgulhoso demais por ver um shmup brasileiro sendo lançado internacionalmente. Acho que isso afetou minha expectativa, que acabou sendo alta demais. Gostaria de ver um Razor 2 mais ousado, mais dinâmico, mais rápido. A equipe da Invent4 mostrou que é competente e que sabe fazer shmups. Basta saber o quanto estão dispostos a ousar agora.
Ok, a linha que muitos estão esperando: Sim, vale muito a compra! O preço na Steam é mais do que justo pela qualidade do jogo! Recomendado para fãs de shmups e iniciantes, que se divertirão da mesma forma.
Observações:
- Jogar no teclado não foi muito divertido. Será que sai um patch pra joystick no futuro?
- Porque será que o jogo se chama Razor "2"? Há um Razor "1"?
- Este é mais um jogo que eu adoraria ver nas redes de jogos por demanda dos consoles atuais (XBLA e PSN), fazendo frente aos shmups patéticos e ridículos que as empresas estrangeiras tem disponibilizado lá. Quem acompanha a cena sabe do que eu estou falando. Mesmo quando há grandes empresas produzindo, nós estamos muito mal servidos e Razor 2 poderia muito bem resolver este problema (além do que o público japonês ia adorar!).
- Também seria muito bom se houvesse uma versão para Mac, já que a Steam abriu as portas para a plataforma da Apple também. Ou, quem sabe, uma versão para iPhone?
2 comentários:
Também já joguei o Razor2 um bom par de horas...
E um jogo fácil, os bosses é que são muito mais complicados. Mas só ainda tenho algumas impressões iniciais, e mesmo ainda não terminei o jogo.
Olá
Eu sou um dos (dois) desenvolvedores de Razor2, encontrei o seu review a apenas alguns dias (vergonha) e, resolvi deixar um comentário.
Sobre o seu review, sim, é muito complicado fazer um jogo, principalmente quando ele é feito em horas vagas, como R2 foi, sacrificando domingos e noites, mas a recompensa é válida, mesmo que o jogo não tenha saído nem perto do que você esperava.
Sobre o Razor 1, sim, ele existiu, mais ou menos, nunca foi concluído, era voltado para a plataforma Amiga e, um demo foi publicado na revista Amiga Format, em 97.
A notícia legal, contudo, estou , literalmente, neste exato momento, trabalhando em um sucessor de Razor 2, o projeto já tem um ano e está bem mais avançado do que razor2 foi, mas, ainda está longe de ser finalizado.
Um link, telas e até um protótipo meio desajeitado:
https://www.facebook.com/X-Layer-1632768063640781/
abraços
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