Houve um tempo em que a especulação de jogos raros rendia um bom dinheiro. O camarada comprava um jogo, às vezes mais de uma cópia, pelo simples fato de que aquilo iria valorizar e se transformar em mais dinheiro. Capitalismo, eu sei, é a brincadeira básica de adquirir o que é raro, esperar se tornar mais raro ainda e vender. Muito bom para quem tem dinheiro, mas péssimo para quem simplesmente não tem acesso a bons jogos. Se você resolveu algum dia colecionar shmups, deve ter notado que é um dos gêneros favoritos dos especuladores. Verifique o preço do MUSHA de Mega Drive, do Radiant Silvergun, Batsugun, Hyperduel, Guardian Force, Terra Diver, Dodonpachi, de Saturn, dos bons shmups de PS2 ou de qualquer outra plataforma. Jogos antigos e completos são caros, fato, mas há um certo exagero envolvido no preço, o que acaba fazendo com que quase ninguém conheça certas pérolas, que é o caso de Zanac x Zanac, lançado originalmente para PSX, quando o PS2 já despontava. Sempre foi um jogo caro, difícil de conseguir, raro de se encontrar (mesmo pirata!), e que merece, sem dúvida alguma, ser jogado. Uma curiosidade é que quase ninguém jogou esse jogo: Ele saiu tarde demais para a geração do PSX e o PS2 não rodava ele direito por causa de um bug.
Imagina isso na sua TV da sala, aquela enorme que você comprou.
Zanac x Zanac não é propriamente um jogo, mas sim um pacote, composto do Zanac clássico (de MSX ou de NES, não consegui identificar) e Zanac Neo, o novo jogo. E que jogo! Um dos melhores shmups da sua época, mas como este post não é um review, não vou ficar aqui discorrendo sobre Zanac Neo. É um jogo ótimo, que captura muito bem o espírito dos originais e ainda acrescenta gratas surpresas, como um trabalho gráfico sensacional, música das melhores, todas os elementos do game clássico e três naves para escolher. Ficou curioso? Que bom! Agora é só largar de ser mão-de-vaca e comprar Zanac x Zanac na PSN, por uma mixaria, pois o jogo vai aterrisar à qualquer momento na loja virtual da Sony. É, nada de desembolsar US$200,00 e ficar batalhando uma cópia no Ebay, agora todo mundo vai poder comprar o último capítulo de Zanac por um preço justo e jogar no seu videogame atual, na sua TV atual, sem nem sair de casa (ou ser extorquido por piratas, pela Receita Federal ou vendedores inescrupulosos).
Saca só o nível de produção da música, que coisa linda.
Como é bom viver no futuro, não? Ah é, Shienryu e R-Type Delta também estão lá na prateleira virtual de jogos japoneses de PSX convertidos para PS3. :)
Lá atrás, no ano de 2006, o Dreamcast já era uma plataforma mais que morta e enterrada. O PS2 começava a perder espaço para a nova geração, liderada pelo Wii e o Xbox 360, mas ninguém em sã consciência lançaria um jogo para a velha caixinha branca da Sega. Ainda bem que o pessoal da G.Rev não estava em sã consciência, pois converteram Under Defeat do arcade para o Dreamcast, e fizeram um trabalho excelente. Porém, como se pode imaginar, apesar do sucesso, pouca gente (o pessoal do Canal-3 não conta!) estava insistindo nesta plataforma, o que demandou versões para consoles domésticos mais recentes feito o PS3 e o Xbox 360, em fevereiro e outubro de 2012, respectivamente. São seis anos de atraso. Seis anos até que o grande público pudesse finalmente jogar Under Defeat HD. Se a espera valeu? Definitivamente! E como!
Houve um jogo da Psikyo, também para Dreamcast e Arcade, de nome Zero Gunner 2, o qual compartilha algumas similaridades com Under Defeat - além de usar helicópteros, o nível de dificuldade era extremo e terem sido lançados para as mesmas plataformas. As comparações são inevitáveis, porém, diferente de Zero Gunner, em Under Defeat não é possível virar o helicóptero em qualquer direção. Não que chegue a atrapalhar, pois não é necessário virar para todo lado. Tirando isso, os jogos são muito parecidos, apesar de que a ação em Under Defeat é mais frenética, conforme contarei logo abaixo.
Zero Gunner 2 - O irmãozinho bastardo de Under Defeat.
Jogabilidade:
Como em boa parte dos shmups, Under Defeat fala de uma guerra entre duas facções que ninguém sabe como começou, nem o porquê, mas você está do lado "certo" e tem que derrotar os vilões. Até aí, nenhuma novidade, afinal, shmup com história é como filme pornô com história - pode vir a agradar alguns, mas 90% do público não vai dar a mínima. O importante é saber que você usa um helicóptero modernoso, pintado de vermelho (Ex-USSR?) e capaz de conjurar em pleno ar um drone (option) que pode ter três tipos de arma: rockets, vulcan e cannon. O option é mais ou menos independente no jogo, sendo que você pode fazer com que ele aponte para uma direção, ao ser conjurado, e virar o helicóptero para outra direção, o que ajuda um bocado em determinadas ocasiões.
Inclinação de 30 ou 45 graus, no máximo.
Você também pode selecionar como quer que o controle se comporte: Se o helicóptero vai inclinar para o mesmo lado que você aponta com o controle ou para o lado contrário. Parece bobagem, mas eu só consegui jogar com o segundo modo. Meu cérebro não processa o uso do primeiro, de jeito nenhum. A dificuldade é alta! As duas primeiras fases são mais ou menos fáceis, mas dalí em diante é só pancadaria. Não espere um joguinho bonzinho, cheio de power-ups e checkpoints, porque este não é Under Defeat HD. Aliás, não existem power-ups at all. Você pode escolher qual option vai usar e pegar mais bombas, mas é só. E que bombas. Nossa. QUE bombas! Under Defeat tem a MELHOR bomba de todos os shmups, de todos os tempos. Ela sacode a tela toda, explode todo mundo, faz um dano absurdo nos chefões, enfim, é a mãe de todas as bombas. Dá a sensação de que realmente alguém explodiu algo muito grande no cenário, capaz de mandar tudo pelos ares, e manda mesmo!
Gráficos:
O design mecânico de Under Defeat HD é bem realista, com exceção do helicóptero protagonista do jogo. Existem algumas máquinas fantásticas, algumas reais, algumas quase convincentes, mas no geral não passa a sensação de que não houve critério algum de criação. Os inimigos, quando atingidos, soltam cacos, fumaça, fogo, vibram, passam por panes, enfim, parece realmente que você está atirando em uma maquina de verdade. Os cenários são bonitos, bastante diversificados, tentando passar a sensação de uma guerra que acontece na Terra, nos dias de hoje, e nada mais. O "HD" que foi adicionado ao jogo faz juz ao título, porém, se você não selecionar a opção de console doméstico na tela de início, vai jogar no modo arcade, o qual coloca duas enormes tarjas nos cantos direito e esquerdo da sua TV, para simular o display comprido das máquinas de fliperama. Dispensável, eu diria, mas deve ter alguém que gosta disso. Se você tem uma TV moderna à sua disposição, pule o modo arcade.
Qual é o sentido de jogar um jogo lindo desses com apenas 1/3 da tela? Widescreen! Por favor!
Som:
Aqui cabe um ponto de atenção. Primeiramente, vou falar do som do jogo, ou seja, dos efeitos, ruídos, etc. Sim, o som é bom e cumpre bem seu papel. Como os gráficos, o som tentou ser o mais realista possível, sem ser exagerado. Não há grandes problemas com ele. Em compensação a música, esta sim, não faz o menor sentido. Toda a arte do jogo, toda a programação visual dele, é em torno de uma guerra aparentemente deprimente, séria, sangrenta. Existem personagens com olhares vazios nas imagens, cenários devastados, tons escuros, máquinas enormes e opressoras, um inimigo aparentemente muito forte e praticamente impossível de ser derrotado... ao som de uma melodiazinha adocicada, alegre, digna de um jogo do Super Mario ou do Alex Kidd. Não, não faz sentido algum! E não é apenas em uma das fases, todas elas tem musicas alegrinhas e que fariam muito mais sentido em outros tipos de jogos. Será possível que ninguém ouviu a música enquanto jogava antes de aprovar o projeto? Não sei aos outros leitores que jogaram o jogo, mas no meu caso, ela não fez sentido algum. Achei bem fraquinha e muito fora de contexto, estragou um jogo que poderia ser perfeito.
Me diz se faz algum sentido? Eu posso até ver os pokemons pulando pela tela.
Overall: Nota 7,0.
O jogo é acima da média, sem dúvida nenhuma. Um shmup bom, com alguns probleminhas, de fato, mas jogável e que cumpre bem seu dever. Tirando clássicos como Ikaruga e Radiant Silvergun, não acho que algum shmup tenha o direito de não ter power-ups. É absurdamente chato seguir com a mesma arma o jogo inteiro, mesmo que o option bacanudo apareça de tempos em tempos. A música é chatinha e sem sentido, a hitbox é meio maluca, sendo que às vezes você morre sem saber o porquê, mas os problemas acabam por aí. A curva de aprendizado do jogo é lenta, o que impõe um certo grau de desafio, os controles respondem muito bem. Os chefões são enormes, bonitos e totalmente segmentados. É possível destruir partes separadas e ver os cacos voando pelos ares, acertando a água, soltando fumaça, faíscas, tudo o que tem direito. Acredito que se jogado em dupla fique melhor ainda, mas não tive a chance de tentar. De qualquer forma, o jogo é bom e merece ser jogado - especialmente se você tiver como desligar a música e escutar algo de sua preferência enquanto joga.
Ah, Storm Strikers! Sem dúvida alguma, um dos melhores shmups do iOS. Com direito a suporte ao iCade, joysticks USB, várias naves, vários upgrades, música sensacional, estilo de jogo "bullet hell" bem equilibrado, etc, etc. Sequência de Danmaku Unlimited, que infelizmente não é tão completo assim, foi um dos jogos que eu mais joguei, tanto no iPhone quanto no iPad. Framerate bom, música boa, jogabilidade boa, fases longas, chefes altamente estratégicos, tudo o que você pode querer. O mais curioso é que Storm Strikers está para Danmaku Unlimited assim como Salamander está para Gradius, ou seja, é um spinoff. O spinoff que deu certo, diga-se de passagem!
Storm Strikers
Danmaku Unlimited
Para estranhamento geral, Storm Strikers deu lugar a Danmaku Unlimited 2 na sequência de jogos lançados pela Dragon para iOS. Espero que implementem todas as melhorias do Storm Strikers, afinal, é um desperdício enorme não jogar um shmup tão bacana como este em um controle decente.
Zaxxon é um jogo tão bom, mas tão bom, que a gente até esquece que é da Sega! A nova versão, para iOS e Android, inverte um pouco a jogabilidade. Zaxxon era um jogo de invadir bases, agora a brincadeira é fugir delas. O que me assusta um pouco, sinceramente, é o controle. Vamos ser obrigados a usar o acelerômetro, mesmo com a jogabilidade toda redesenhada? Adoro Zaxxon, mas não sei se encararia jogar se me obrigarem a usar o tilt mode.
Syder Arcade HD é um jogão que foi lançado para PC por meio do Steam (sistema de vendas de jogos online). Ele é, simplesmente, tudo o que você queria no seu console doméstico (Xbox / PS3), mas ninguém teve coragem de publicar. Gostei muito da música dele e do trabalho gráfico, espero que a jogabilidade seja tão boa quanto (apesar de que nem sonharia em jogar um jogo deste tipo usando teclado e mouse). Notei uma grande semelhança com o clássico Defender, da Williams, lançado em 1980. Você pode virar a nave para qualquer um dos lados, além de ter um mapinha para mostrar onde as coisas estão na tela. Por falar em Defender, descobri que ele tem uma versão bem bonita (pasmem!) para o Atari Jaguar! Seria este o único jogo razoavelmente jogável do Jaguar? :)
Ok, chegou o momento de sermos críticos: Por mais que nós adoremos os shmups, tem coisas neles que irritam. Irritam DE VERDADE. Aquele tipo de coisa que, em um dia ruim, te faz desligar o videogame. Você volta a jogar, mais tarde, mas na hora dá aquela raiva e surge a dúvida sobre por que o maldito do designer incluiu este detalhe no jogo? Estes misteriosos fenômenos da criação de jogos digitais nipônica são a fina e indistinguível linha que separa o design ruim da dificuldade imensa. São a pedra no sapato, a mosca na sopa, a mão esquerda de Bydo (apesar de ele não ter mãos), a úlcera dos jogadores casuais, a frustração nossa de cada dia. Elas são isso tudo e são mais: São as 10 coisas que eu odeio nos shmups.
- Bomba de efeito meramente decorativo.
Você é uma nave que dá tiros e que tem uma ou mais bombas, geralmente não mais que três. Espera-se que tais bombas, como o próprio nome diz, explodam e causem um dano considerável nos inimigos, afinal, você só tem três por vida. É assim que deveria ser, de fato, e grande maioria dos jogos segue esta regra. A bomba muitas vezes varre a tela, matando todos os inimigos ou machucando um bocado um boss, ou destruindo um miniboss, etc, etc. Enfim, tudo o que NÃO se espera da bomba é que ela tenha efeito meramente decorativo. Você ter de jogar duas ou três para matar um miniboss? Absolutamente frustrante! Me deixem trocar a bomba por um power-up ou uma vida, então!
Truxton tem uma bomba bacana. E que não faz nem cócegas nos inimigos.
Em Truxton 2, ela ficou ainda mais bacana! E tão inútil quanto...
- Power-up que não melhora nada.
Subir o poder de fogo da sua nave é parte do jogo. Todo mundo tem sua fórmula pessoal de como obter o melhor tiro possível para cada situação, mesmo que seja "não seja morto e acumule power-ups", mas uma coisa é certa: Você precisa que os power-ups façam alguma diferença no poder-de-fogo da sua nave. Acumular itens que, à cada cinco ou seis unidades, aumentam um nível do seu tiro? Ora, francamente, é para deixar qualquer um maluco!
Em Fire Shark, você ganha 1 power up para cada 3 coletados. Uau. Que divertido.
- Barrinha de vida.
Antes de mais nada: Quem gosta de barrinha de life é jogador de Street Fighter. Colocar uma barrinha de vida em um shmup é como colocar ketchup, maionese e mostarda em uma pizza: Você só demonstra que não sabe o que está fazendo. Um shmup decente não tem barrinha de vida. Por que? Porque é um jogo feito para te obrigar a se esquivar de tiros. Sim, a vida é cruel, um tiro e BUM, vc já era! É assim que deve ser. Se o shmup tem barrinha de vida, desconfie. Desconfie muito, muito mesmo! Isso pode ser a solução que o desenvolvedor resolveu dar para o level design vagabundo que ele fez no jogo, impedindo que a frustração do jogador ultrapasse a vontade de jogar.
A looooonga barra de vida de Soldner-X, jogo que praticamente não tem level design.
- Bichinho maldito que come options.
Alguns jogos (feito Gradius) tem o maldito bichinho que surge do nada e come seus options, idéia de um infeliz programador japonês que não tem pai, mãe, irmãos, vida sexual e foi criado em uma caverna, alimentado com restos de animais mortos, até o dia em que foi contratado pela fabricante e colocado no staff do shmup em questão. Uma semana antes de ter a idéia, o japonês foi diagnosticado com câncer, perdeu a casa em um terremoto um dia depois que o seguro venceu e ficou uma semana com "Festa no Apê" do Latino na cabeça. Só tendo uma vida miserável destas é que alguém criaria um bicho que come seus options, que são uma das coisas mais caras para se comprar em Gradius. Este item é tão grave que a própria indústria dos games não o repetiu muitas vezes.
Este cara. Cuidado com ele.
- Barreira de balas impossível.
Um labirinto só tem propósito se há uma saída. Se não há saída, não é um labirinto, é uma sentença de morte! Se a idéia é testar a habilidade do jogador, a saída do labirinto pode e deve ser difícil de achar, mas não totalmente impossível. Assim são as barreiras de balas de alguns shmups bullet hell. O programador (que deve ser primo do cara do item acima) criou um algorítmo porco para as balas e esqueceu que o jogador deve conseguir se esquivar delas de vez em quando. Oras, pra que deixar uma passagem? O jogador que gaste vidas e passe pela barreira, afinal, se ele gosta mesmo de shmups, isso é um preço pequeno a se pagar, certo? Não. Errado! A barreira de balas, quando não te dá passagem alguma, faz você morrer. Quando você morre, seus power-ups vão embora. Se for sua última vida, você morre logo antes de prosseguir para uma parte nova do jogo. Se for seu último crédito, pode ser, também, a última vez que você vai jogar aquele shmup. Afinal, quem é que vê graça em jogar algo que não se tem como vencer?
Dispensa explicações.
- Fase impossível de passar pela primeira vez.
Você entra em um estágio (nunca é o primeiro) carregado de power-ups, options, vidas, escudos, etc, e mata os primeiros inimigos que aparecem. Você está feliz da vida pois, afinal, sua nave está com poder de fogo razoavelmente forte e vai ser divertido enfrentar uns minibosses de igual para igual. Aí, do nada, metade da tela explode em tiros, ou você descobre que o chão é uma plataforma que sobe rapitamente e te esmaga contra o teto, ou uma nave enorme surge por trás, em rota de colisão, e você morre sem ter a menor chance de se defender. Isso acontece em muitos jogos, onde simplesmente não se pode fazer nada, à não ser que você tenha decorado a sequência em que as coisas acontecem na fase. Em R-Type 3 e Salamander, por exemplo, é bem comum morrer porque "alguma coisa do cenário se mexeu" e acertou sua nave. E não, não tem como adivinhar das primeiras vezes. Só jogando e se frustrando com o level design ridículo é que você aprende como evitar.
R-Type III (SNES), apenas para ilustrar o exemplo.
Life Force (NES): Imagina se não tem que decorar a sequência?
- Boss que não tem estratégia para matar.
Boss não é para ser fácil de matar, afinal, é por isso ele é o boss. Assim como não tem a menor graça a cortina de tiros impossível, o boss sem estratégia também demonstra uma incapacidade absurda do designer de criar um desafio digno. Alguns chefes de final de fase, em diversos jogos, simplesmente são feitos de forma a não permitirem um método eficaz de estabelecer uma luta justa. Você simplesmente fica atirando e gastando vidas e bombas nele, até que a vida dele se esgote e ele morra. Acontece que você tem muito menos vida que ele, muito menos poder-de-fogo, ou seja, já seria uma luta desequilibrada se houvesse uma estratégia. Acontece que não há. Morra, morra muito, continue morrendo e atirando, e quando for a hora certa, o boss vai sumir da tela.
Mushihimesama Futari e o boss mais sem sentido da história.
- Exército de pilotos kamikaze.
Os kamikazes foram muito importantes na 2a Guerra, demonstrando bravura, honra, a vontade de destruir o inimigo acima de tudo, e, principalmente, o desespero desmedido. Tiveram seu lugar na história, seu lugar na cultura japonesa, quiçá mundial. Sem dúvida alguma, uma importância enorme e que não pode ser ignorada. Tanto que não é ignorada que os designers adoram colocar pilotos kamikaze em shmups, e eles estão entre os inimigos mais irritantes de todos. Quando não se tem criatividade para criar armas, fases, inimigos, nada, coloque pilotos kamikaze. O jogador vai ser perseguido incessantemente por uma porção de inimigos que não tem outro objetivo a não ser colidirem de forma suicida contra a sua fuselagem. Ah, sim, e eles vem geralmente voando de todos os lados, inclusive daquele o qual seu tiro não alcança.
Em Tokio, tudo o que voa tenta te acertar, e não é com tiros!
- Arma semi-inútil.
Mísseis tele-guiados que não alcançam o alvo. Tiros concentrados que não fazem lá muito dano. Tiros auto-direcionados que sempre apontam para o inimigo menos perigoso. Tiros que cobrem uma grande área, porém não fazem dano quase. Tiros que não fazem efeito em certos inimigos. Tiros que só ficam bom depois da vígésima nona evolução. Tiros que são horríveis e aparecem o tempo todo na tela, fazendo com que você mude de uma arma boa para eles. Tiros que você não entende como funcionam. Tiros redundantes, que fazem a mesma coisa que sua arma secundária. Tiros com autofire ridiculamente lento e que tentam deixar você com LER na mão. Tiros impossíveis de se usar por terem alcance muito curto, muito pouco dano, munição muito escassa ou dependentes de objetos de cenário para se tornarem úteis. Preciso explicar mais?
Raiden 3: Tiros bizarros e míssies lentos.
- Inimigo indestrutível.
Então você está com sua nave com todo o poder-de-fogo do mundo. Você fez o Konami code, pegou o item de poder máximo do Raiden, coletou todos os power-ups na unha, sei lá. Independente do método, você é um semideus entre as bolinhas voadoras. Você não vê inimigos faz dois minutos, de tão forte que está, eles morrem antes de aparecerem na tela. Um miniboss? Dois segundos debaixo da sua saraivada e BUM! Já era! Dois minibosses? BUM! BUM! Mesma coisa! Agora vai ser só chegar no boss e... peraí... porque esse cara não morre? Bomba nele! Uma, duas, três, quatro... epa... acabou! Mais tiro! Epa, peraí! NÃO! NÃO VENHA NA MINHA DIREÇÃO! BUM! Game Over. Você tentou, tentou honradamente, mas acontece que aquele cara não morre. Em um jogo onde tudo o que você pode fazer é destruir coisas, um inimigo indestrutível é a epítome do ridículo. Gente assim devia ser obrigada a jogar Jaguar até o fim dos dias!
Xevious: Ah, como é gostoso atirar em coisas que não morrem!
É claro que ninguém vai deixar de jogar um shmup só porque ele tem um bug de design. O jogo, da mesma forma, também não vai deixar de ser bom só por causa disso. Esse tipo de coisa só serve pra aguçar nosso senso crítico e nos ajudar a separar o joio do trigo. Quando um jogo é bom, mesmo tendo problemas, é sinal de que algo alí foi muito bem feito. Quando só o problema é evidenciado, bem, aí não tem jeito mesmo. Melhor tentar carreira em outra área, tipo prendas domésticas, metalografia inca ou hidráulica medieval.
O ano de 2012 foi marcado por grandes lançamentos: Temos excelentes títulos para o PS3, o Xbox 360, o PSP, uma biblioteca gigantesca sendo lançada para Android e iOS, algumas coisas para Nintendo DS e 3DS, talvez Wii e PS2 também, e para NEO GEO.
Não faço a menor idéia de como se diz o nome deste jogo, mas ele vai ser o primeiro Shmup de NEO GEO (sim, você não está lendo errado, é um shmup de NEO GEO sendo lançado em 2012) com suporte a seleção de posicionamento vertical ou horizontal na tela (yoko ou tate). Aquilo que já tinha na maioria dos shmups do PSX em diante e que nunca foi implementado em várias outras plataformas. Não sei como o jogo vai se comportar se você estiver usando uma TV 16:9, como todas as mais recentes, pois me pareceu que o jogo é feito em 4:3 (afinal, o NEO GEO nem "sonhava" em ter suporte a jogos 16:9 algum dia). A maioria dos shmups verticais atuais mal usa 60-70% da área das telas de TV, quero ver como vai ficar este aqui.
Em outras palavras, se você tem um NEO GEO em casa e uma TV que possa ser virada 90 graus, pode ser um jogão! Se você não tem o NEO GEO, nem a TV (como eu), vai ter que esperar alguém dumpar esta rom e liberar na internet. Isto é, se isso vier a acontecer. De qualquer forma, parece ser um jogão, todo com cara de anos 90, rápido, cheio de tiros para todos os lados, como tem que ser. Me lembrou um pouco outros jogos como Slap Fight, Truxton, Dodonpachi e Thunder Dragon. Será que a NG.Dev vai lançar uma versão para Dreamcast também?
Você queria um Nanostray novo? Pois é, te deram um Nano Assault Neo!
O Wii U, então, já vai ter um shmup logo de cara. Particularmente não sou fã de arena shooters, mas Nano Assault Neo parece ser mais que um clone de Super Stardust. O jogo vai usar o tablet/bandeja de café/tábua de cortar legumes do Wii U para posicionar os options e direcionar os tiros. Engenhoso, no mínimo, nem que seja para servir como prova de conceito.
Algumas fases lembram muito Nanotek Warrior de PSX, com a nave voando por um tubo, girando ao logo dele. Se essa moda de multi-direcional pegar (e acho que há está mais do que na hora de pegar, afinal desde Salamander estão tentando mudar isso), pode vir coisa muito interessante por aí.
E hoje vamos falar de Gradius, ou seja, é um post que pode acabar sendo polêmico. Gradius, um dos shmups mais conhecidos, em uma de suas encarnações menos conhecidas, ao menos para nós, brasileiros, que nunca tivemos um PC Engine lançado por aqui. O curioso sobre este jogo, especificamente, é que ele é uma das poucas versões que ficaram melhores que a do arcade. A versão de PC Engine foi lançada em 1991, sendo que o Gradius original, de arcade, saiu em 1985, ou seja, foi uma eternidade até que os donos de PC Engine pudessem enfrentar o Império Bactérion. Mas é claro que alguém vai dizer: -"E o PC Engine, por acaso, com a biblioteca de shmups que tem, precisa de um Gradius?". Ora, é claro que sim! Principalmente quando este Gradius foi lançado em uma época em que o Super Nintendo e o Mega Drive já estavam no mercado, ou seja, até a versão de Arcade já estava defasada em relação aos consoles domésticos. Apenas "portar" o jogo para o console doméstico, que era uma saída, não foi o suficiente. Eles tiveram que caprichar, mas caprichar muito, para fazer frente aos jogos que saíram na mesma época. E, sem dúvida nenhuma, pode se dizer que fizeram a melhor versão de Gradius de todas as plataformas. Veja com seus próprios olhos!
Arcade
PC Engine
Sem muito esforço, logo de cara, precebe-se que as cores estão todas mais vivas. A música, da mesma forma, foi aprimorada e faz a versão arcade parecer que a diferença de lançamento entre os dois jogos é bem maior que seis anos. Mesmo a versão arcade, que não é, em hipótese alguma, um jogo fraco, parece coisa obsoleta em relação a do PC Engine. A dificuldade, no entanto, foi remodelada para deixar o jogo mais fácil no console doméstico. Talvez porque você não vai ter "fichas" para continuar o jogo infinitamente, como é o objetivo da versão arcade (Ah, puxa, não me diga que o objetivo dos jogos de fliperama eram deixar alguém rico!). É possível terminar o jogo sem o mesmo esforço que na versão arcade, sim, fato, mas isso não quer dizer que seja um jogo fácil. Gradius de PC Engine, assim como qualquer outro Gradius, não é para amadores ou gente de vontade fraca, acostumada a milhões de vidas, save-points ou coisas do tipo. A coisa aqui é tr00. E quando eu digo tr00, é tr00 mesmo, ainda que, perceptivelmente, tenham derrubado a dificuldade original. Enfim, se você já conhecia o Gradius de PC Engine, sabe que eu não estou exagerando. A Konami, aliás, fez um trabalho excelente nos jogos que foram lançados para este console. Se não conhece: Jogue-o, compre-o, roube-o, emule-o, pegue na PSN, sei lá, mas não deixe de experimentar. As outras versões de NES, MSX, [insira aqui sua plataforma favorita], não conseguem fazer frente a esta de jeito nenhum.
Quem diria! Demorou, mas saiu! Finalmente um bom shmup para Nintendo 3DS, que já está sendo dado por morto pela maioria dos não-fanboys do fabricante japonês. Kokuga, que parece uma mistura de Radiant Silvergun e Guardian Force, foi produzido por Hiroshi Iuchi, pai do clássico Ikaruga, que também participou da produção de Quarth, Radiant Silvergun, Alien Soldier, Gusntar Heroes, Strania, Sin and Punishment e Gradius V, ou seja, um belo currículo.
O curioso é que, assim como em Geometry Wars, o tanque pode se deslocar em qualquer direção, sendo que a direção do tiro é independente. Como será que acomodaram isso no 3DS, que só possui um analógico? Será que depende daquele treco lindo que a Nintendo lançou, que coloca um segundo analógico no portátil? Ou será que é possível pilotar a mira pelo L e R? Fica aí um mistério, pelo menos até o dia 21 de Setembro, quando o game será lançado.
Citei o Guardian Force, um dos melhores shmups de Saturn, o qual eu quero resenhar apropriadamente qualquer dia, mas aqui vai um vídeo do gameplay para servir de referência. É um jogão, e só prova que alguma coisa na época do Saturn foi muito, mas muito bem-feita!
Mash-up de um shmup com Dance Dance Revolution? Parece algo meio sem sentido, talvez até bizarro, mas os desenvolvedores de Rhythm Destruction querem provar que não! O jogo ainda está na etapa de kickstarter, angariando fundos para sua conclusão, mas já mostra muito bem que a mistura é possível e pode render um bom jogo.
A nave é controlada com o direcional, mas ela só atira quando os botões certos são pressionados na ordem, como as sequências de passos do Dance Dance Revolution. O trabalho de conclusão de um projeto destes é enorme, mas é uma das poucas iniciativas realmente inovadoras que tem surgido acerca de shmups. Se você quiser colaborar com o kickstarter do projeto, clique aqui e deixe seu $1. O jogo, que já está em desenvolvimento há 4 anos, deve sair para celulares e tablets também.
Se você gosta de Contra, Metal Slug, Gunstar Heroes e Assault Suits Leynos, já tem motivo para ficar feliz! Gunhound EX, que já existe para PC, vai aterrisar no PSP em dezembro. O jogo lembra muito Contra Hard Corps (Mega Drive) e os mechs de Metal Slug 3 (em diante). Espero que o direcional do PSP dê conta!
Boa parte dos jogos que saem para PSP, hoje em dia, são portados para o PS3 (e, talvez, para o Vita). Será que veremos Gunhound EX nestas outras plataformas? Seria ótimo!
Sine Mora, um shmup de Xbox 360 que passou mais ou menos batido pela mídia, foi confirmado para o PS Vita. A biblioteca do Vita, que é mais ou menos inexpressiva até o momento, começa a receber alguns títulos bons e finalmente ganha um shmup legítimo e digno de atenção.
Quem não jogou Sine Mora, faça-o o quanto antes! O jogo é um shmup acima da média, feito por uma equipe muito competente, com arte, som e desafio muito bem equilibrados. Parece que haverá um personagem extra na versão de PS Vita, mas não consegui confirmar esta informação. O jogo lembra, em alguns aspectos, o excelente Steel Empire de Mega Drive e Gameboy Advance, com sua temática dieselpunk e seu tema sobre uma guerra que já dura mais do que deveria. O jogo já foi prometido para PSN também, mas até agora nada.
Nem só de navinhas é feito o universo dos shmups. Tirando a referência óbvia do pinguim voador, existem inúmeros casos onde a nave foi substituída por algum outro personagem, sem prejudicar o jogo. Há quem não goste. Eu mesmo, dependendo do caso, sou um destes. Acho que não tem sentido trocar uma nave por uma garota seminua voando, por exemplo. Mas quando a mistura resulta em algo que faz sentido, como os excelentes Cotton 100% ou Chucka Taisen, a coisa muda de figura.
Cotton 100% (SNES)
Chucka Taisen / Cloud Master (Master System)
A fórmula para não errar, ao que parece, é inserir elementos de RPG no shmup. A mistura quase sempre dá certo e rende excelentes jogos. Não sei você, mas eu cresci jogando Knightmare, Undeadline, Elemental Master, Hinotori, Sylphia, Lords of Thunder, Phelios, Agony, e sempre senti falta deste tipo de shmup "temático", o qual nem sempre coloca o jogador no controle de uma nave.
Knightmare (MSX)
Undeadline (MSX)
Hinotori (MSX)
Elemental Master (Mega Drive)
Sylphia (PC Engine CD)
Lords of Thunder (PC Engine CD)
Phelios (Mega Drive)
Agony (Amiga)
O gênero deu tão certo que, até hoje, em pleno 2012, a mistura ainda funciona! Foi lançado recentemente o magnífico Mirror War: Ressurrection, pela Logic Korea. O jogo, à grosso modo, parece um Undeadline atualizado para 2012, com direito a vários personagens, especiais, flechas, facas, espadas, escudos, magias, etc, etc.
Mirror War: Ressurrection (PC)
Infelizmente o jogo só saiu na Coréia, para PC. Torço para que saia versão de Xbox 360 ou PS3, e que dê as caras aqui no ocidente algum dia.
Anunciado aqui! Finalmente um Dodonpachi atualizado, feito em 2012, todo em HD! O port do arcade será lançado ano que vem para Xbox 360, o que marca o retorno da Cave aos consoles domésticos (se você for do Japão, claro, ou tiver um J-Tag). Um atual Dodonpachi, saindo para consoles domésticos, é coisa que não se via desde o PS2. Houveram ports para o Xbox 360, mas vieram muito atrasados e cheios de bugs.
Como eu costumo dizer, Dodonpachi Saidaioujou não é apenas mais do mesmo. Ele é o nosso mais do mesmo, que é e sempre será muito bem-vindo!
O que me faz questionar uma coisa: O PS3 vendeu muito mais no Japão que o Xbox 360. Porque raios, então, só saem shmups excelentes para o Xbox 360, sendo que a base instalada de PS3 é muito maior? Tem toda aquela história do SDK da Sony ser difícil de usar e caro e o da Microsoft ser fácil e gratuito, mas será que o investimento não justificaria, sabendo que ia vender feito pastel em dia de feira?
Eis que, finalmente, o lendário clássico chega ao iOS / Android! Em quatro de suas melhores encarnações, o pacote Raiden Legacy conta com o Raiden original (Raiden 1), Raiden Fighters 1, 2 e Jet. Ou seja, todos os jogos da coletânea Raiden Fighter Aces, que saiu para Xbox 360, e mais o primeiro Raiden de brinde.
O que eu não entendo, de fato, é o motivo de deixarem Raiden 2 e Raiden DX, que são os melhores jogos da série, de fora tanto de uma coletânea quanto de outra. Não que faltem bons shmups para o iOS / Android, mas já que vão fazer uma coletânea, podiam ter feito direito.
Ao menos, finalmente, poderemos jogar um Raiden original, já que não faltam clones por aí, feito este, ou este, ou este aqui, que usam o nome do jogo sem o menor pudor.
Misture Torus Trooper, REZ, Tempest e Amplitude. Coloque uma boa dose de marketing e de crítica a Child of Eden (no motion controllers on this one, dude), e você terá Dyad, recém lançado na PSN por apenas US$14,99. Abstrato, de fato, feito para ser uma experiência sensorial diferenciada, deixa a promessa de que os órfãos de REZ, finalmente, foram vingados! (E não, eu não vou criticar o Child of Eden também, apesar de estar morrendo de vontade).
Nunca gostei de Pang, mas este mash-up com REZ está bem interessante. É meio evidente que a parte sonora do jogo foi muito melhor trabalhada que a gráfica, mas os indie games, quase sempre, são feitos por equipes muito reduzidas e que passam por todas as dificuldades que os freelancers sofrem.
O jogo é grátis e você pode fazer download aqui. Versão Windows.
Desta vez é um indie game para Xbox 360 feito pela Wide Pixels, de nome Birth Order. Apesar do nome meio esquisito (que sugere a piada do ovo e da galinha*), o jogo parece ser bem bom.
É impressão minha ou tanto faz jogar na horizontal como na vertical? E o jogo parece absurdamente baseado nos shmups da Cave? E ele tem toda a cara de um jogo que poderia ser lançado para iOS e Android? :)
*O ovo veio antes, afinal, evolutivamente falando, os répteis, que são anteriores às aves, já punham ovos.
O jogo é um shooter, fato, mas você só atira tinta em um cenário todo branco. Aliás, não há cenário, só aparece o que você pinta! Há todo um mistério sobre o objetivo do jogo ou como ele funciona, mas, até o momento, o conceito parece bem interessante!
Gostei demais do fato de ser todo abstrato e de te forçar a explorar o cenário e mudar de perspectiva o tempo todo. Logo mais, Unfinished Swan, em um PS3 próximo de você!
Esta aqui é para os sortudos (ou ricos) donos de um PS Vita. Não, eu não tenho um Vita ainda*, mas ele já foi incluído nas postagens deste modesto blog. Ao que aprece, o Velocity Speedrun é um shmup que utiliza recursos de teleporte para mover a nave através do cenário, transpondo paredes! Era tudo o que eu queria em certas fases de Gradius, principalmente quando o scroll acelera e você tem que adivinhar por onde tem que ir.
Tem um pouco de Star Soldier, um pouco de Hypership Out of Control, mas parece que a fórmula deu certo: A maioria das publicações deu notas entre 9 e 10 para o jogo! Não sei vocês, mas eu estou doido para jogar!
*E se, por um acaso, você for uma nobre alma caridosa, desapegada de bens materiais, e quiser mandar um PS Vita de presente, o autor ficara infinitamente agradecido e passará a fazer reviews dos jogos desta nova plataforma!
Alguém se deu ao trabalho de fazer um shmup do Mario. Curioso, no mínimo. Fico me perguntando o porquê da Nintendo nunca ter lançado um shmup deles, sendo que o gênero era um sucesso na década de 80 e boa parte dos anos 90.
O pior é que o jogo parece bacana. Os caras foram criativos e aproveitaram os próprios cenários. Quem quiser ver a página do autor, segue o link. Parece que é uma versão modificada de um jogo do Dazaemon ou coisa do tipo. De qualquer forma, serve para ilustrar a oportunidade que a Nintendo perdeu de fazer um shmup do seu personagem mais famoso (e, claro, arrancar um pouco mais de dinheiro da legião de dos fanáticos religiosos, que são seu fã-clube).
Depois de Rayforce, Raystorm para iPad! O jogo já é bem mais complexo que o Rayforce, usa gráficos 3D o tempo todo e é mais rápido também. Pelo visto o iPad vai, de fato, transformando-se lentamente em um PSX. A versão do vídeo ainda é o demo, mas parece rodar muito bem. Anunciado na E3, deve ser lançado oficialmente em breve.
Este aqui eu achei por acaso na net, googlando. Blade Buster é um clone de Star Soldier, feito entre 2001 e 2002 para o Famicom. Só existe o modo "Time Attack", de dois e cinco minutos. É bem simples, mas extremamente bem-feito.
Uma coisa que eu não sei dizer é se funcionaria em um NES real ou não. Nos emuladores rodou 100%, mas o jogo me parece bonito DEMAIS para ser totalmente compatível com o hardware do NES.
Quem quiser baixar a ROM, que é freeware, segue o link.
Você que tem um dispositivo que roda iOS, seja um iPhone ou iPad, deve ter notado a imensa profusão de jogos que surgem para ele. São dúzias de jogos novos, todos os dias, lotando as telas da iTunes Store. O problema é saber o que jogar, afinal, dentre 20 ou 30 jogos, salva-se um! Só de clones de Angry Birds, por exemplo, eu já perdi a conta. O mesmo deve ocorrer com o Android, claro, mas eu não tenho um, portanto, este artigo falará apenas do iOS.
A boa notícia é que nós, fãs dos shmups, estamos muito bem-servidos. A má notícia é que nem tudo presta. Um exemplo é o 1942: First Strike, feito pela Capcom (sim, já vou começar detonando os grandes produtores!).
Bonitinho, mas bem ordinário!
Além de ser uma versão simplificada do jogo de Xbox / PS3, te obriga a jogar usando o acelerômetro, ou seja, balancando o aparelho para um lado o e para o outro! O jogo já é difícil, agora, jogar com o sensor de movimento? Sem opção nem para a tela de toque? Nem joystick virtual? Nada? Piada isso, né? Se era para ninguém conseguir jogar, parabéns, vocês fizeram um ótimo trabalho!
Mas, enfim, agora que eu já citei o pior da lista, tudo o que vier é lucro. Vou começar dos piores para os melhores.
R-Type
Pelo menos não te obriga a jogar com o acelerômetro!
Por falar em clássicos, sim, é o velho e bom R-Type de arcade. Sim, ficou jogável. Não, não ficou perfeito. Não, não é nada além de um emulador com um front-end bacaninha e uma adaptação para funcionar com tela de toque. Para não dizer que nada foi feito de diferente, é possível continuar da última fase jogada (o que ajuda muito quem não está acostumado com o gênero ou com a tela de toque). Confesso que apesar de estar falando mal, joguei muito, mas muito mesmo. Acho que parte disto é a frustração por não terem mudado absolutamente nada no jogo. Nem a música eles remixaram, nada, nadinha. É a Sega fazendo escola.
rRootage
Abstrato, mas de graça é mais gostoso.
Kenta Cho, o mesmo autor do sensacional Torus Trooper (se não jogou, vá jogar agora!), lançou uma versão iOS do rRootage (nem faço idéia como se pronuncia isto), que já existia para PC. É um shmup boss-based, ou seja, não tem estágios, só sequencias enormes de chefões um depois do outro. Pode se escolher os modos de jogo no início, que faz com que a nave se comporte de maneira diferente, que é o melhor do jogo. O modo IKA(ruga), por exemplo, permite que você absorva tiros da mesma polaridade que a nave, que pode ser invertida pelo jogador. Há outros modos, com escudos que absorvem tiros (GW ou Gigawing), PSY(variar) e o normal, onde você tem bombas. Apenas duas considerações para encerrar o assunto: 1) O jogo é grátis, assim como todos os outros do autor. 2) Sim, eu falei sério sobre Torus Trooper!
Hypership Out of Control
Saudades do NES?
Ele tem cara de jogo de NES, música de jogo de NES, jogabilidade de jogo de NES, mas tem sistema de conquistas e algumas piadas com o jogador. Obviamente inspirado no visual de Star Soldier (de NES, claro), o jogo coloca sua nave em um cenário que vai acelerando enquanto um labirinto se forma. Você tem que escolher por onde passar, que power-ups pegar e no que atirar, e tem que decidir bem rápido! Apesar de ter várias naves para escolher, não vi diferença nenhuma de uma para outra. É possível achar power ups escondidos, coletar moedas, enfim, tudo o que um bom jogo de NES deve ter. Tem para PC e Mac também.
Super Crossfire
Space Invaders com esteróides (e algum LSD).
Imagine se os fixed-shmups feito o Space Invaders clássico ou Galaga fossem feitos nos dias de hoje. Adicione o visual clássico (só que em HD, tipo o filme novo do Tron), todo reformulado, boa trilha sonora, armas e outros ítens e a possibilidade de se teletransportar para a parte de cima da tela e atirar nos seus inimigos pelas costas. Isto é, a grosso modo, Super Crossfire. O jogo é viciante, rápido, difícil e muito bem produzido. O controle tem um pouquinho de atraso na resposta, mas não chega a atrapalhar o jogo, pois é possível se teletransportar à vontade. Os power-ups não vem aos montes, mas as armas ficam bem fortes, como demonstrado no vídeo. Também está disponível para PC e Mac.
iFighter 2: The Pacific 1942
Sim, existe um iFighter (1), mas não vou colocá-lo aqui por motivos sanitários.
Como a vida é irônica, não? Houve, um dia, um shmup da Capcom chamado 1942. Criou-se uma série de continuações, 1943, 1943 Kai, 1944, depois disso a guerra acabou, fizeram o 19XX, até o dia em que a Capcom resolveu parar a série. Mas, como ainda haviam pessoas que gostavam do gênero, o pessoal da Psikyo resolveu prosseguir "não oficialmente" com o trabalho começado pela Capcom, iniciando a série Strikers 1945, que também teve vários títulos, superando muito os originais. Agora, recentemente, a Capcom lançou seu 1942: First Strike. Novamente é descaradamente copiada e, novamente, a cópia é melhor que o original! Só que desta vez os caras da EpicForce copiaram os da Psykio. O jogo é, praticamente, uma versão simplificada de Strikers 1945 para iOS. São vários aviões, poucas armas, algumas especiais, fora a possibilidade de acumular moedas e comprar novas opções no meio do jogo.
Shmups da Cave
Dodonpachi Ressurrection
Bug Princess / Mushihimesama
Espgaluda II
Dodonpachi Blissful Death
Deathsmiles
Ora, por que falar de cinco jogos que foram portados separadamente? Eles são os mesmos jogos que todo mundo já conhece, só que adaptados para o iOS e a tela de toque. Alguns, infelizmente, não rodarão no iPad 1 (por motivos que eu desconheço, visto que há poder-de-fogo suficiente). Todos estão ótimos, com controles bons e tudo que se espera de um jogo da Cave.
Shmups da Taito
Darius Burst - Second Prologue
Space Invaders: Infinity Gene
Rayforce
A Taito, assim como a Cave, fez seu dever de casa, porém, ainda melhorou as versões anteriores. Todos tem uma coisinha ou outra que foi adicionada, fora o Darius Burst, que está mais bonito que a versão de PSP. O Space Invaders e o Darius Burst já foram resenhados aqui no blog, segue o link. Bem que a Konami podia fazer a mesma coisa...
Super Laser
Super Laser. Hm. O nome é muito sem graça, mas é um jogão! Trata-se de um clone de Raiden, com alguns elementos de outros jogos, como os lasers teleguiados do Raystorm. A música é muito bacana e os controles são quase perfeitos. O jogo é bem difícil e tem duas opções de naves e várias armas. Parece muito os shmups lançados no começo da década de 90, mas com alguns elementos de jogabilidade atuais (por exemplo, explodir seus options!).
Lightning Fighter
Mais um filhote de Raiden, e esse nem cara de indie game tem! O jogo é extremamente polido. É possível comprar mais duas naves pelo site do jogo, que tem armas diferentes. Duvido que se um Raiden vier a ser lançado para iOS, que ele vai ter a mesma qualidade que este jogo, e, afinal, já ficou provado que é possível fazer. Raiden, assim como R-Type e Gradius vendem muito bem no ocidente, fato que me espanta porque só R-Type tem uma versão para iOS, que é uma grande plataforma hoje em dia, e ainda por cima é um emulador do arcade.
Danmaku Unlimited
Storm Strikers
Danmaku: Unlimited e Storm Strikers são dois jogos parecidos que feitos pela mesma equipe. Os dois foram feitos para usar com a tela de toque, ou seja, sem considerar que o jogador vá precisar de um joypad adicional via bluetooth ou jogar pelo acelerômetro, o que é ótimo! Toda a jogabilidade está amarrada neste conceito, o que torna a experiência excelente. É só ajustar a sensibilidade do controle e tudo fica lindo (isso, no iPad, é obrigatório). Os jogos tem conceitos de Dodonpachi (o laser beam) e Psyvariar 2 (bullet scraping), onde você ganha pontos extras por matar combos de inimigos e passar bem perto de seus tiros. Os dois jogos possuem uma loja para abrir outras opções e naves. No Storm Strikers, ainda, tem algo bem incomum: Suporte a controle bluetooth!
Shogun: Rise of the Renegade
Shogun não é apenas um shmup bullet hell de ótima qualidade, lotado de opções de jogabilidade e com um bom desafio. Os produtores tiveram o cuidado de realmente estudar a interface da tela de toque e criar algo novo. Você controla a nave encostando o dedo na tela, porém, ao tirar o dedo, o jogo entra em slow-motion e é possível trocar de arma! Sem ficar esbarrando em botões no canto sem querer, morrendo à toa, nada. Fora que o jogo, em si, é muito bom, tanto na apresentação quanto na jogabilidade.
Espero que tenham gostado da lista! Se algum leitor for usuário de Android / iOS e quiser recomendar shmup, fique à vontade.